Muito antes da revelação do caso de Weinstein, Fernanda Peruzzo já estava trabalhando no assunto de assédio. Sua série Moi, Brésilienne também é um convite para debater sobre os estereótipos das mulheres brasileiras na França (e em toda a Europa).
Os retratos que compõem esta série foram realizados ao longo dos anos 2015 e 2016. Cada uma das fotos é apresentada, seguido de uma lenda, sendo a frase extraída da narrativa do preconceito experimentado por cada uma dessas mulheres.
De acordo com Fernanda, até hoje, mulheres brasileiras que vivem em países estrangeiros estão sofrendo constrangimento ou assédio porque são brasileiras. Na mídia francesa, por exemplo, é comum ouvir e ler preconceitos contra mulheres nascidas de origem brasileira. Em todos os ramos da sociedade, estudantes, executivos, esposas, mães brasileiras são confrontadas com esse tipo de idéia recebida. A mera menção de suas origens desencadeia comentários irônicos sobre sua sexualidade, sua profissão, o motivo da sua permanência na França.
Neste projeto, o fotógrafo destaca os rótulos absurdos e evidencia o contraste entre a imagem-indivíduo e o preconceito da idéia. Minha idéia era demonstrar esse antagonismo – entre a existência de estereótipos e a fotografia real.
Brasileira, nascida em 1979 em Cascavel, Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo. Fernanda Peruzzo começou a dedicar-se à fotografia em 2012. Liberada da lei da objetividade do jornalismo, seu olhar é definido em personagens que a cercam, assuntos íntimos, populações tradicionais, relações entre individualidade e estereótipos, ficções visuais.
Passe o mouse nas fotos abaixo ara ver as frases relativas a cada foto: