Luciana Petrelli é fotógrafa brasileira, original de Curitiba, escolheu viver em Florianópolis.

Sua relação com a fotografia começou em Paris, e foi aqui em Paris, neste mês de novembro, muitos anos depois da sua primeira exposição no Bar do Arnaldo no Rio de Janeiro , que Luciana nos falou de Cultura, da Bienal de Curitiba e da importância de fomentar encontros e trocas entre os diversos polos culturais do Brasil. « Morar numa ilha faz toda a diferença no pensamento e na nossa relação com o mundo, faz entender o valor das pontes. » A ponte é o símbolo do fluxo, da associação, das possibilidade do expandir-se fora dos limites do ser isolado. Faz tempo que Luciana Petreli vem construindo pontes culturais, não apenas como fotógrafa, mas também como fomentadora de produção fotográfica.

Em 1984 Participa da Primeira Coletiva de fotógrafos Latino-americanos na ilha de Cuba durante o Colóquio Latino Americano de Fotografia. De 97 à 2004, Idealizou e produziu com Flavia Fernandes , o Festival de Artes plásticas Contemporânea de Governador Celso Ramos, criando oficinas de fotografia e artes visuais, para a comunidade local.

Em 2015 criou com 11 fotógrafos, a Circuito Galeria com o intuito de promover debates e exposições. Gerando três coletivas que aconteceram entre 2015 e 2016. A Ilha Que Habitamos, Outras Ilhas, A Ilha de Cada UM.

Luciana Petrelli

O tema ilha é recorrente no seu trabalho. Sua série escolhida para a ultima Bienal de Curitiba, Polo Santa Catarina, fala justamente dessas « Ilhas de Forças » que reside no feminino. Lembranças de um tempo ancorado nos encontros, na família, nas aventuras. Alimento, segurança e vitalidade são até hoje expressão de força primária. A Bienal de Curitiba é uma das muitas iniciativas culturais de sucesso fora do eixo Rio São Paulo. A maior bienal de fotografia da América Latina.

« Vemos hoje a consolidação e o desenvolvimento de novos espaços para a fotografia brasileira.Temos o MON em Curitiba, Inhotim em Minas e agora o museu da fotografia de Fortaleza, o novo IMS em São Paulo. Tudo isso nos dá a oportunidade de ampliar o acesso a cultura fotográfica pelos quatro cantos do Brasil.»

Cultura é a expressões máxima de desejos, frustrações analises, a verdadeira produção artística vem do fundo da alma, não pode ser contida, nem controlada. Ela é uma bela resposta ao que existe de opressor e castrador, venha de onde vier, seja onde for.

Luciana tem uma visão positiva quanto a situação econômica e política do país, pois vê o momento como uma grande oportunidade de formar novamente uma produção fotográfica engajada e transformadora. Resta saber continuar criando pontes para que a força do pensamento se espalhe.

Sobre a Bienal de Curitiba : www.bienaldecuritiba.com.br